segunda-feira, 31 de maio de 2010




Quer ser grande? Faça-os imaginar por que ainda está sorrindo.

sábado, 15 de maio de 2010


Tudo bem então. Vamos colocar o papo em dia e dizer que não está tudo bem hoje. Você sabe, assim como eu sei, que a vida é sem dúvida alguma, um penhasco devorador de gente e bastante perigosa, diga-se de passagem. Que não é apenas chegar e dizer que vai superar. Que não dá pra passar por cima das pessoas, ou dos problemas, ou das derrotas, e que essa opção tornará tudo mais fácil. Entenda, não vai. Toda essa fragilidade não acabará de um minuto pro outro. Quem dera fosse tão simples... Mas sabe também, mesmo que tenha lá sua desconfiança, que existe luz acima desse buraco. Então, por que não esticar o pescoço e ver o essa luz tem pra te mostrar? Mas não tropece nas pedras. Sabe do que eu estou falando, não é? Existe alguém que não te acha insignificante, que te protege e te guarda. Essa luz é Amor. Ele, acima de qualquer coisa, vai fazer você ter um bom dia hoje. E você, não vai precisar se levantar todos os dias suspirando com um pensamento de:“Hoje vai ser diferente. Vou ser feliz”, porque você será automaticamente. Se sentirá com paz de espírito. Se sentirá leve e pacifico. Quando a fragilidade vier, só converse com a Luz e diga o que te maltrata. Irá respirar e sentir que fez a coisa certa pela primeira vez. Bom, eu me senti assim...flutuante. Tente ficar bem hoje. E eu preciso colocar três pontos pra finalizar: Você. É. Importante.

sexta-feira, 23 de abril de 2010



Já parou pra pensar em todos os rostos que passaram por você? Repare em todos os vultos, costas e expressões. Sejam das mais vazias até as mais profundas, das mais exóticas até as mais comuns. Em todo modo de andar ou falar, apressado ou não. No jeito de ser, no penteado esquisito, nas botas...No sorriso sem graça. Nas vozes. Nas conversas que você ouviu por mero acaso...Naquelas pessoas que atravessaram a rua oposta ao seu destino. Nos olhos que encontraram os seus e que você esqueceu. Ou que ainda não esqueceu. Naquelas educadas que te disseram um único “Bom dia!”, mas que fez toda diferença. Naquelas que te fizeram se engasgar com um copo de coca-cola. Nas vidas que te fizeram pensar...Repare nas risadas. Lembre dos amigos de infância que permaneceram nela. Sabe aqueles estranhos no seu velho álbum de fotografias? Pense nas inúmeras pessoas que você nunca mais encontrará. Nas que você não se lembra. Nas que de início nem prestou atenção, mas que hoje são exclusivas no seu pequeno mundinho. Nas que te magoaram. Nas que tentaram te chamar a atenção, sem sucesso. Nos tipos de cabelo, raça, cor. Nos sonhos de cada uma delas. Pense nas pessoas que estão contigo até hoje. Nas que foram embora sem se despedir e que não voltarão. Nas que você vê todos os dias. Na diversidade ao seu redor. Nas que você se esbarrou. Se encontrou. Amou. Aprendeu. Disse adeus. Deu um abraço. Deu esperança. Nas que tiraram sua paciência. Nas que tiraram seu sono...Nas que com o tempo te ensinaram algo novo. Nas que te alertaram, te assustaram, te deram medo. Aquelas que atrapalharam seu caminho. Te seguraram no colo, brincaram contigo, mostraram o caminho de volta pra casa. Mostraram novos caminhos. Ou te deixaram perdido no meio de algum deles. Te defenderam. Riram de você...Da próxima vez, repare nos mínimos detalhes. Você encontrará em todo seu percurso de vida, pessoas que terá completa admiração, confiança plena e que te protegerão. Mas também, encontrará as que vão te decepcionar e te matarão por dentro. Porém, não pare de caminhar, continue mexendo os pés e aprendendo com todos esses rostos estranhos, belos ou feios, antigos ou novos. Terá uma multidão na memória, e as que forem pra ser, continuarão ao seu lado.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Fazia um calor escaldante naquele dia. Steven sentia o suor descendo sob seu pescoço, a roupa grudando no corpo e o sol afugentando seus olhos. Queimando-os. Já haviam se passado 49 minutos que ele havia saído do portão escolar e se dirigido para o banco de espera. O tão sonhado ônibus matinal já deveria ter chegado. 50 minutos...56 minutos...58...Steven se encostou na parede e fechou os olhos pressionando-os com força. Pegou sua mochila, passou os dedos pelo zíper da mesma, abrindo-a. Enfiou sua mão e encontrou seu pacotinho de gomas de mascar verdes, último lançamento e que provocavam queimaduras na língua! Além de deixa-las na cor verde, claro. Sem se importar com o barulho, picotou com uma tesoura a embalagem e enfiou duas na boca. Mastigou-as lentamente, sorrindo e ignorando o olhar de duas cinquentonas que resmungavam enquanto ele mastigava em alto e bom som. Glap, glap, glap. Sentindo o gostinho azedo e picante da coisinha verde, a língua começou a pipocar e ficou arrepiada. Sentiu sede. Pegou seu bombom de maracujá e o enfiou na boca de uma vez. Steven riu de olhos fechados, sentindo a cosma que se formava na sua saliva. Prometeu a si mesmo que não beberia água.



A jovem Lina Poe estava totalmente absorta com a questão número 23 sobre “Bissetrizes em triângulos escalenos – Segunda parte”. A resposta certa (sua resposta), nunca batia com a resposta do gabarito. Esfregou a borracha impacientemente pela quinta vez sobre a folha branca lotada de triângulos, ângulos e tabelas. Pelas suas conclusões a resposta deveria ser aquela, não é? E ela nunca se enganava, certo? Erraaado. Enquanto ela passa o transferidor por sua folha, vou destacar os aspectos físicos de Lina: cabelos negros tipo chanel, olhos redondos da mesma cor. Magérrima, pálida e se você reparar bem, ela tem tendências a ficar bastante vermelha. Hábitos: Gosta de andar pelo parque municipal das cinco às seis da tarde, mas odeia natureza. Faz aulas de sapateado de segunda a quarta. E aulas de boxer para acalmar seu nervorsimo, nas terças e quintas. Mora sozinha com o avô padeiro Thomas num lar que fica perto da padaria. É hipocondríaca, tem até seu próprio estoque medicinal no fundo do armário. Sonha ser uma física aeroespacial brilhante. É determinada com o que quer. Sempre pontual. Não suporta filmes românticos - pelo menos foi isso que ela escreveu na sua agenda particular e secreta. Ela também odeia diários.



Melinda se reparou em frente o espelho. Se viu de lado. De costas. De frente. Pegou os cabelos vermelho-sangue longos e desgrenhados e os prendeu num coque malfeito. Seus olhos estavam vazios e fundos. Ela permaneceu cinco minutos se olhando através do reflexo: reparou nas manchas azuladas em volta dos olhos verdes, no tom branco do seu rosto fino, no seu corpo alto e magro; na cicatriz que havia no lado esquerdo da nuca. Prendeu a franja pra atrás e reparou nas unhas da mão descascadas de azul. Vestiu uma velha camiseta cinza que estava no chão, escrita “SHE LOVES YOU”, uma calça jeans surrada e chinelos. Passou pó compacto e blush, tentando afastar sua expressão sem graça. Tropeçou numa caixa de sapatos que estava no meio do caminho e encontrou seu celular embaixo da cama. E novamente, estava atrasada.
Melinda resolveu ser modelo há 8 meses atrás, depois de ser convidada por uma agência desse ramo. E afinal, porque não? E também porque, por mais que se esforçasse, não ia tão bem no colégio. E precisava de um futuro. Era muito desatenta, mas conseguia se virar sozinha enquando sua vida dependia disso. Bom, com uma certa dificuldade, e com atrasados, e com alguns tropeços...estava aprendendo. Morava num apartamento minúsculo que estava sempre desorganizado. E ela gostava dele assim, apesar de ter alguns hematomas no joelho por causa disso.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

"A certa altura do filme Crimes e Pecados, o personagem interpretado por Woody Allen diz: "Nós somos a soma das nossas decisões".Essa frase acomodou-se na minha massa cinzenta e de lá nunca mais saiu. Compartilho do ceticismo de Allen: a gente é o que a gente escolhe ser, o destino pouco tem a ver com isso.Desde pequenos aprendemos que, ao fazer uma opção,estamos descartando outra, e de opção em opção vamos tecendo essa teia que se convencionou chamar "minha vida".Não é tarefa fácil. No momento em que se escolhe ser médico, se está abrindo mão de ser piloto de avião. Ao optar pela vida de atriz, será quase impossível conciliar com a arquitetura. No amor, a mesma coisa: namora-se um, outro, e mais outro, num excitante vaivém de romances. Até que chega um momento em que é preciso decidir entre passar o resto da vida sem compromisso formal com alguém, apenas vivenciando amores e deixando-os ir embora quando se findam, ou casar, e através do casamento fundar uma microempresa, com direito a casa própria, orçamento doméstico e responsabilidades. As duas opções têm seus prós e contras: viver sem laços e viver com laços. Escolha: beber até cair ou virar vegetariano e budista? Todas as alternativas são válidas, mas há um preço a pagar por elas. Quem dera pudéssemos ser uma pessoa diferente a cada 6 meses, ser casados de segunda a sexta e solteiros nos finais de semana, ter filhos quando se está bem-disposto e não tê-los quando se está cansado. Por isso é tão importante o auto conhecimento. Por isso é necessário ler muito, ouvir os outros, estagiar em várias tribos, prestar atenção ao que acontece em volta e não cultivar preconceitos. Nossas escolhas não podem ser apenas intuitivas, elas têm que refletir o que a gente é. Lógico que se deve reavaliar decisões e trocar de caminho: Ninguém é o mesmo para sempre.Mas que essas mudanças de rota venham para acrescentar, e não para anular a vivência do caminho anteriormente percorrido. A estrada é longa e o tempo é curto.Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as conseqüências destas ações. Lembrem-se: suas escolhas têm 50% de chance de darem certo, mas também 50% de chance de darem errado. A escolha é sua." (Pedro Bial)

segunda-feira, 12 de abril de 2010


- Holly, estou apaixonado por você.
- E daí?
- Isso chega. Eu a amo. Você me pertence.
- Não. As pessoas não se pertencem.
- Claro que sim.
- Ninguém vai me pôr numa jaula.
- Não quero fazer isso. Quero amá-la.
- É a mesma coisa.
- Não é, não, Holly...
- Não sou Holly. Não sou nem Lula Mae. Não sei quem sou.

Bonequinha de Luxo

quarta-feira, 31 de março de 2010

A pequena e as cores

- Então pequena Joana, porque não nos mostra sua essência?
A pequena suspirou e fechou seus olhos por meros segundos, sentindo toda exaustão e vergonha que a havia tomado naquele instante. Abriu-os novamente e coçou um pouco o pescoço nu. Seu foco se perdeu e veio a imagem de um folhetinho que havia encontrado numa calçada imunda à caminho de sua antiga casa. Eram letras miúdas, estreitas e tortas, de cor preta, parecidas com as de Dona Dora, que gostava de deixar recadinhos pregados na geladeira. Mas as letras ainda eram um mundo embaralhado e confuso para a pequena. No outono haveria de aprender sobre elas. Desde as mais redondas, até as mais magrinhas. Todos os tipos. E então, poderia ir até a biblioteca local, sozinha. E não pegaria os que tivessem gravuras. Nunca mais. Porém teria de esperar. Suspirou e suspiros, devo ressaltar, era algo que ela fazia quando tinha raiva, ou seja, com freqüência. A única solução era: pedir para a mamãe que o lesse. Mas mamãe o tomou com os olhos e disse: “Isto não é apropriado pra você, Joana. Além do mais, é hora de jantar.”
Só me lembro quando horas depois, o mesmo folheto parou-se na minha mão e eu olhei os olhos azuis intensos da pequena me fitando como se dependesse daquilo mais do que tudo. Não lembro de tê-los visto com tamanha intensidade por um bom tempo. No passado, eu me perdia nos mesmos. Eram tão azuis...
Resolvi atender seu pedido e o li em voz alta. Era mais ou menos assim: “Porém Elena, estando nos braços de Diego, suspirou e fechou os olhos sentindo o toque dos lábios do doce cavalheiro sob sua testa e depois sob seus lábios. Sentiu suas pernas fraquejando, sua boca seca e perdeu todas as suas forças. Se não fosse pelos braços fortes do seu amado, teria caído sob o chão frio da noite. Continuou com sua plena e inapropriada paixão...”
Joana também sentia suas pernas fracas, sua boca rachada e sua mente como um buraco negro e fundo. Mas seus sintomas não eram de paixão. Era bem diferente. A pequena sempre achou que aquilo só acontecia quando você amava alguém e ela o amava de volta. Era bastante ruim sentir por vergonha e medo.
Naquele momento, a pequena Joana sentiu vontade de se sentir apaixonada.

(Continua)

segunda-feira, 29 de março de 2010

"Já estamos aqui há uma hora.
Ritchie se levanta e entra no rio. A água sobe até seus joelhos. Ele diz:
- Nossas vidas são isso, Ed - ele agora está com essa história de que as coisas passam correndo pela gente. - Tô com 20 anos na cara e... - a tattoo de Hendrix-Pryor pisca pra mim sob o luar. - Olha só pra mim: não tem nada que eu queira fazer.
É inegável como a verdade pode ser brutal às vezes. Só dá pra admirá-la.
Geralmente passamos a vida acreditando em nós mesmos. "Eu tô bem", dizemos. "Tá tudo bem". Mas às vezes a verdade pega no pé e não tem santo que a faça desgrudar. É aí que percebemos que às vezes ela nem chega a ser uma resposta, mas sim uma pergunta. Mesmo agora, estou aqui pensando até que ponto minha vida é convincente.
Eu me levanto e vou pra perto do Ritchie no rio.
Ficamos os dois ali, com água até os joelhos, e a verdade acaba de arriar nossas calças.
O rio continua a correr.
- Ed? - Ritchie diz mais tarde. Ainda estamos dentro da água. - Só tem uma coisa que eu quero.
- O que é, Ritchie?
Sua resposta é simples:
- Querer."

Eu sou o mensageiro - Markus Zusak

A garota sentou-se numa cadeira em frente à um parque velho e abandonado. Tarde da noite. Estava voltando de um barzinho, como sempre fazia. Mas dessa vez, ao invés de arrancar seu carro acabado e voltar cambaleando para casa, ela parou e resolveu ficar sentada ali por alguns instantes. Sentia-se como se nunca mais fosse se encaixar de novo. É, ela estava completamente perdida. Desnorteada. Presa dentro do labirinto que ela mesmo criou. Acendeu um cigarro e o tragou, se perguntando porque ninguém passava naquela rua. Reparou nos brinquedos que haviam na sua frente, nenhum devia funcionar. Mas sentiu uma vontade enorme de correr até lá e entrar em algum que girasse, girasse, girasse até ela não conseguir mais enxergar o que tinha na sua frente. Só para deixar a mente vazia...calma. Respirou fundo e jogou o cigarro no chão. Olhou para o céu nublado. Iria chover. Nem se importou. Ela já estava vivendo uma tempestade há muito tempo.

Talvez um dia você encontre


Espero que um dia você encontre por aí, todas as palavras que eu usei pra tentar te convencer do que eu sinto. Todos os papéis que eu amassei de raiva, por não conseguir escrever sobre isso. Todas as dores que me provocou. Todas as lágrimas que eu derramei de saudade e todos os sorrisos que usei quando me faziam lembrar de você. Todos meus desabafos. Todas às vezes que eu tive vontade de ir até você e falar tudo que estava me matando. Todos os abraços e beijos que eu guardei. Todos os dias que eu perdi, tentando fazer você me notar. De um jeito de diferente. Todas as cicatrizes que se formaram com o tempo. Talvez o vento traga tudo isso pra você. Talvez nunca perceba tudo que já me fez sentir. Mas todas as lembranças vão sempre pesar dentro de mim.